O município de Inajá é uma região administrativa localizada no estado de Pernambuco, especificamente na Região de Desenvolvimento Econômico (RIDE) do Vale do Moxotó, no centro do estado. Criado pela Lei nº 1931, de 11 de setembro de 1928, sob o nome de "Município de Moxotó", compreendendo a área atual dos municípios de Inajá, Ibimirim e Manari, à época, distritos de Inajá. Desde 01 de janeiro de 1949, o município de Moxotó passou a se chamar Inajá, e teve sua área territorial modificada devido a emancipação dos municípios de Ibimirim (em 1963) e Manari (em 1995). Hoje, o município se constitui de distrito único, cuja área remanescente advém de partes dos distritos de Moxotó, Ibimirim e Manari.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ATUAL DISTRITO E MUNICÍPIO DE INAJÁ.
Quando se fala do município de Inajá, deve-se entender o que significam os termos município, distrito e vila e como isso se correlaciona com as tipologias territoriais de zona rural e zona urbana.
Um município, no Brasil, é compreendido como sendo uma região administrativa autônoma, com governo exercido pelo poder executivo e legislativo, que atuará dentro dos seus respectivos limites territoriais. O município pode possuir um ou vários distritos e o lugar escolhido como sua sede do poder municipal é reconhecido como cidade, que é um território definido sempre com urbano. Caso o município possui mais de um distrito, as demais sedes distritais são denominadas de vilas, cujo território também é reconhecido como zona urbana, mesmo que não tenha autonomia administrativa.
Quando formado em 1928, o território do município de Inajá era constituído de dois distritos, sendo escolhido como sede municipal (cidade), a antiga vila de Gameleira de Buíque, que teve seu nome alterado para Moxotó.
Inajá é um município localizado no Sertão do Moxotó, interior de Pernambuco, com área aproximada de 1.160 km². Sua história está profundamente ligada ao antigo município de Moxotó, criado em 1928, que mais tarde deu origem aos municípios de Ibimirim e Manari. Atualmente, Inajá é conhecido por sua riqueza cultural, seu território marcado pela Caatinga e a forte presença de comunidades tradicionais que moldam o modo de vida local.
O município de Inajá está situado no semiárido pernambucano, a aproximadamente 350 km do Recife.
Limita-se ao norte com o município de Manari,
ao sul com Tacaratu,
a leste com Ibimirim,
e a oeste com o estado de Alagoas, por meio da conexão com o sertão alagoano.
Sua localização estratégica às margens do Rio Moxotó fez do município um ponto de passagem histórica entre o Sertão do São Francisco e o Sertão do Pajeú.
O relevo predominante é de depressão sertaneja, com altitudes que variam entre 400 e 650 metros. Essa configuração garante um visual típico da Caatinga, com áreas pedregosas, chapadas pequenas e vales rasos.
A hidrografia é marcada pelo Rio Moxotó, que atravessa o território e garante abastecimento para agricultura e dessedentação animal, além de pequenos riachos sazonais que ganham força no período chuvoso. A escassez hídrica, porém, ainda é um desafio, tornando o manejo sustentável dos recursos hídricos essencial.
O clima de Inajá é semiárido quente (BSh – Köppen), com chuvas irregulares concentradas entre fevereiro e maio. A média anual de precipitação gira em torno de 450 a 600 mm, enquanto as temperaturas variam entre 20 °C nas madrugadas mais frias e 36 °C nas tardes mais quentes. Esses fatores climáticos influenciam diretamente a agricultura e as condições de vida da população rural.
Inserido integralmente no bioma Caatinga, Inajá abriga uma vegetação xerófila composta por mandacarus, xique-xiques, faveleiras, baraúnas, juazeiros e umbuzeiros, além de áreas de caatinga arbórea densa nas regiões mais preservadas.
Os solos são predominantemente rasos e pedregosos, com áreas mais férteis ao longo das margens do Rio Moxotó, utilizadas para plantio de feijão, milho, palma forrageira e pastagens.
O território de Inajá carrega marcas profundas da presença de povos indígenas. Grupos dos Kambiwá, Pankará dos Kambiwá e Pipipã dos Kambixuru têm raízes históricas ligadas à região, mesmo que parte de seus territórios tradicionais hoje se estenda para áreas vizinhas, como Ibimirim e Floresta.
Além dos indígenas, existem comunidades quilombolas no entorno do município, fruto da resistência de povos negros que, ao longo dos séculos, construíram modos de vida próprios, com forte ligação com a terra, a agricultura de subsistência e práticas culturais únicas.
Reconhecer esses povos é essencial para compreender a verdadeira geografia humana e cultural de Inajá, onde a luta pela terra, pela preservação das tradições e pelo respeito à identidade é uma constante.
O território é predominantemente rural, com pequenas comunidades e povoados distribuídos ao longo das estradas vicinais e das margens do rio. A sede municipal concentra os serviços públicos, o comércio e a vida política.
A economia é baseada na pecuária de pequeno porte, agricultura de subsistência e, mais recentemente, atividades ligadas a programas de apoio à agricultura familiar.
A vegetação da Caatinga em Inajá sofre pressões como desmatamento para lenha e criação extensiva, queimadas e processos de desertificação em algumas áreas. Apesar disso, há iniciativas comunitárias e escolares de educação ambiental, que buscam conscientizar sobre a importância da preservação dos recursos naturais.
Os impactos das mudanças climáticas já são percebidos no município, com chuvas mais escassas e ondas de calor mais intensas, exigindo estratégias locais de adaptação.
Para compreender melhor a geografia local, é fundamental acessar mapas atualizados:
Mapa político-administrativo com limites municipais;
Mapa físico, mostrando relevo, hidrografia e áreas de uso do solo;
Mapas interativos que possam ser visualizados em plataformas como Google Earth ou QGIS.